sábado, 24 de março de 2012

Prece

"Senhor, não permitais que eu julgue o modo de andar de meu próximo sem antes ter andado três dias com as sandálias dele."
(Pensamento atribuído ao índios americanos Sioux)

Com carinho,

"(...) até que um dia, por astúcia ou acaso, depois de quase todos os enganos, ela descobriu a porta do labirinto. (...) nada de ir tateando os muros como um cego. Nada de muros. Seus passos tinham - enfim! – a liberdade de traçar seus próprios labirintos." Mário Quintana
É para ela as melhores energias do dia de hoje. É para a menina que descobriu a porta do labirinto - embora ainda não saiba. A porta do labirinto de todas as indecisões. O dia de hoje foi meio choroso porque amiga, em dia de aniversário, tem é que receber abraço de verdade. É que o telefonema, o e-mail, a carta... tudo isso tenta aproximar, mas consegue pouco. As palavras não dizem o que o abraço conseguiria dizer. E a gente tenta. Tenta descrever tudo o que deseja, tenta descrever a felicidade de poder conviver com uma pessoa assim, tão especial, mas nem sei direito se todas essas palavras, assim alinhadas, conseguem dizer. Os desejos são inúmeros: de muita paz, muita saúde e coragem para suportar todas essas chuvas de março sem risco nenhum de resfriado, muito amor para dar cor à vida, muito chocolate, muito rosti de macarrão instantâneo para as noites de insônia e aquele riso estampado no rosto. Muito além disso. É o desejo de que tudo sempre fique bem. O desejo do menor sofrimento - porque ostras felizes fazem pérola sim, nós sabemos. O desejo de muito jardim botânico com sol ou com chuva, com música ou sem. O desejo que se ouça muitas crianças pedindo, de um jeito engraçado, um sorvete tiiiiii... chocolate! O desejo de tudo que não se pare de aprender - e não conseguiremos saber de tudo. O desejo, na verdade, é que não falte sol. E que, mesmo por detrás de nuvenzinhas chuvosas nesse céu curitibano sempre tão instável, não falte a lembrança do sol e a certeza de que ele aparecerá brilhando mais forte do que nunca. Não deixe, nunca, que as incertezas do caminho te deixe com chuva nos olhos, eles não merecem. Até porque chorar não seria necessário: você achou a porta do labirinto. Eu queria mesmo era te dar um abração. Eu queria mesmo era contar dos meus dias pessoalmente, falar a beça. Eu queria mesmo era sair hoje num ônibus lotado achando que todo mundo tem um potencial elevado para candidato a homem-bomba. Eu queria estar aí, amiga. Porque parabéns por telefone não diz tudo. Porque todas essas palavras não dizem tudo. Eu sou a irmã que ficou com saudade da outra irmã que saiu para velejar e que continua a rezar para que nunca falte vento, e não há de faltar. Não se esquece nunca, irmã, que o mar é grande... "o quintal é do tamanho do mundo". Estou torcendo por você.
Feliz aniversário! 

Com muito carinho e saudade,
Maria Carolina.

PS: leia "O pequeno príncipe" com atenção, ele merece.