segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Um bocado de tudo que há de melhor.

Eu já deveria ter escrito algo sobre isso por aqui.
Existe alguém - e ainda bem - que merece muito mais de mim a cada dia. E esse alguém me mantém sempre com os pés no chão. Me mantém em pé e firme. Porque sabe dizer o que é necessário ouvir. Porque sabe rir das minhas neuroses e aplaudir meus dramas sem se comover nem um bocadinho. Mas sabe abraçar a minha tristeza, dividí-la comigo,  tentando tomar a maior parte para si para que eu possa sofrer menos. Me dá abrigo, lugar para correr, Bob Dylan para ouvir. Me deixa ser, me deixa, não quer mudar nenhum móvel da minha vida de lugar. Não me pede ordem. Não me pede respeito, porque os bons de verdade conseguem isso sem precisar pedir. Não precisam mostrar quem é que manda. Ele é assim. Me mostrou, me abriu os olhos, me fez ver quem é que sempre estaria, mesmo que o mundo todo resolvesse partir para Berlim. Para a China. Se fosse, me levaria junto, no bolso do calça um pouco rasgada. Me levaria no coração. Abraça o meu abraço. Traz a saudade tanta, mas tanta, e talvez seja por isso que eu não ligue sempre. Fez e faz de mim uma pessoa melhor para o mundo, para mim. Não importa o que aconteça é, com certeza, uma das melhores pessoas que eu poderia conhecer nessa vida, ainda que caminhasse cidades e países e planetas.
Sinto tanto a sua falta, pai. Sinto tanta saudade da sua voz, das suas palavras, das suas verdades que também são minhas. Eu sou tanto você e, quando paro para olhar assim, sinto até orgulho de mim.
O amor que eu sinto é tanto. O amor que eu sinto não cabe aqui.