Uma lágrima escorreu do cantinho do meu olho. Eu, que sou chegada em exageros, deixei uma correnteza de lágrimas caírem de uma vez. Nós sabíamos, desde o início, que nada seria simples. Uma hora era o espaço que já estava emprestado, outra hora, quem diria, o vento estava contra nós. Outras vezes foi a gravidade. Outras vezes foram as pessoas. E nós estávamos lá, dispostos a levantar quantas vezes fosse preciso e colocar a roda para funcionar, dar vida, entregar todas as nossas cores. E é para essa disposição para se levantar que clamo agora. Não podemos negar que dói, e nem devemos negar. Não podemos negar que o grito está contido aqui, no fundo da garganta, mas "amanhã vai ser outro dia", sei que todos vocês sabem disso. Penso em tudo que foi construído, nos caminhos dessa construção que engolia fins de semana, essa construção que não via feriado, que não via namorado, essa construção que merecia dedicação. Penso em tudo isso e meu coração se enche de um orgulho tão grande que, juro, não se traduz nessas palavras que escrevo. O orgulho de saber que demos o melhor de nós. O orgulho de saber que tudo valeu a pena, pois "tudo vale a pena quando a alma não é pequena". E nossas almas são gigantes, eu sei. O nervosismo e as unhas tão roídas que quase iam os dedos juntos, tudo isso valeu a pena. Marcou-me feito uma tatuagem à ferro quente. Orgulho em ver cada olho que brilhou, cada gota de suor, cada, cada pedaço de nós que depositamos na causa que juramos defender, e que defenderemos. Essa é a nossa causa. Essa é a nossa roda. E essa roda, meus caros, não leva esse nome por acaso. É uma roda-viva. O que é vivo, permanecerá.
"Todo sopro que apaga uma chama, reacende o que for pra ficar".
É com carinho que abraço vocês todos. É com a certeza de que nada foi em vão.
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